sábado, 17 de outubro de 2009

Sobre o Amor e seu Trabalho Quase Silencioso

Pega feito bocejo. Inconsequente, incontrolável, inesperado, inexplicável, instintivo, instigado num lampejo. Despertado é pelo beijo daqueles que, sem tempo estipulado e percebido, passa e fica simultaneamente. Passa e fica, sempre assim. O mundo vê passar, o baile vê passar, mas, na verdade, o só sentido vê.
A marchinha breca, e o silêncio se faz silêncio por sentido nobre: no silêncio se escuta o que, no som, se silencia. A disritmia é ouvida em alto e bom som! Primeiro, no sem som; depois, em qualquer lugar, por mais barulhento que soe aos ouvidos. Diria, até, que o descompasso sai e se externa. Sem precisar do silêncio, grita, berra, vocifera, clama, e o barulho é que se cala.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Dá vontade de sair voando. Encher a mochila de livros, cartas e paçoca e, andando com os pés de lã, dar as quatro voltas necessárias na fechadura: duas pra sair e duas pra ficar fora.
Se ficasse na rua, talvez encontraria o que procurar, mas é bem provável que não. Tudo ficou pra trás com a saída sorrateira decidida por um surto. Surto abafado, em surdina! Mas e se se tornasse só um simples passeio? Com volta, nada contínuo? E se começasse, assim, efêmero e terminasse, assim, permanente?
O mais importante é notar que o que foi deixado lá dentro é a razão de tudo, e não o que foi buscado lá fora. Muito menos quem saiu. Este é só objeto de vicissitude que, se vier, vem pra deixar voar.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Ele junta, pelo menos

Por mais que seja novo, desconhecido não é. Ao chegar lá, vai se deparar com um dejá vù distorcido, cuja distorção, natural e gradativamente, vai desbotando. Se sentará, cruzando as perninhas cansadas. O vestidinho amarelo é por uma causa nobre: amarelo é cor bonita.
Prefere olhar o rejunte do piso ao céu estrelado. Só ela sabe o porquê. O rejunte é feio e não brinda quem o vê com um teto diferente todas as noites. Sinceramente? Nem ela sabe o porquê.
Depois de muito encarar, quer tocar pra sentir o rejunte feio. E os dedinhos chegam lá, sem qualquer obstáculo. Seus dedinhos não alcançariam o céu estrelado. Ela não quer mais saber o porquê.

domingo, 1 de março de 2009

Ao som de Cidadão Quem e seus girassóis, posto aqui hoje. Inspiração, me falta. Já a vontade tá sobrando, por isso, me rendo a ela e escrevo sem saber o quê.
Nos últimos meses, fui torturada pelos dias que demoraram a passar e pela notícia importante que nunca chegava, me tirando algumas noites de sono. Noites essas que, hoje, são bem dormidas, sem sonhos pessimistas ou certezas que pareciam tão certas, que já eram certas.
Vi meu nome comum na lista, pedi pra que vissem e até comprei o jornal. Não teve jeito. Eu realmente consegui o que eu queria e ainda não acredito.

Você pode não achar, mas pra mim, de comum só tenho o nome. Tenho tudo pra ser o que eu quiser, até comum. Agora dê-me licença, estou indo colher espigas douradas, seja lá o que for isso.

PS: No primeiro dia de março, a modéstia tirou seu dia de folga.