terça-feira, 16 de junho de 2009

Dá vontade de sair voando. Encher a mochila de livros, cartas e paçoca e, andando com os pés de lã, dar as quatro voltas necessárias na fechadura: duas pra sair e duas pra ficar fora.
Se ficasse na rua, talvez encontraria o que procurar, mas é bem provável que não. Tudo ficou pra trás com a saída sorrateira decidida por um surto. Surto abafado, em surdina! Mas e se se tornasse só um simples passeio? Com volta, nada contínuo? E se começasse, assim, efêmero e terminasse, assim, permanente?
O mais importante é notar que o que foi deixado lá dentro é a razão de tudo, e não o que foi buscado lá fora. Muito menos quem saiu. Este é só objeto de vicissitude que, se vier, vem pra deixar voar.

14 comentários:

Lorenzo Tozzi Evola disse...

se "o mais importante é notar que o que foi deixado lá dentro é a razão de tudo, e não o que foi buscado lá fora", o que há "lá fora"?

e que sua excelência não pare de escrever mais, okay!?

um beijo!

Alternativo disse...

"Tudo ficou pra trás com a saída sorrateira decidida por um surto."
Realmente
;)

Unknown disse...

Obrigado pelo comentário!
Também gostei dos seus textos, você escreve muito bem!
Beijo

Lorenzo Tozzi Evola disse...

o gostoso do amor é ser complexo. se a comida mais gostosa fosse a mais fácil de preparar, o Miojo seria imbatível.

quanto mais complexo, então, mais importante que se reflita sobre ele, como você fez, mesmo dizendo que não o faria. um beijo!

Monstre Charmant disse...

Já me disseram que felicidade é compartilhar; já me contaram que nem só de relações humanas se alimenta o espírito; já defenderam-me que se aceitarmos que a vida humana pode ser regida pela razão está eliminada a possibilidade de vida e pra 'botar mais lenha na fogueira' já ouvi dizer que somente o isolamento da civilização te livra do vício; e agora? O que queremos e pra onde vamos?

Obs. "Seguir-me" somente poderá te levar ao abismo. Cuidado.

Lorenzo Tozzi Evola disse...

nem uma palavria sobre o 10 do Pun-pun?

Monstre Charmant disse...

Escrava da vontade, então?
Isso é mais perigo ainda!...

Diogo Cronemberger disse...

Muito bonito! Muito bonito mesmo!
Quando haverá outro?

Lorenzo Tozzi Evola disse...

otimismo pressupõe distância da realidade.

minha alegria vem de motivos mais concretos.

:)


*:

Lorenzo Tozzi Evola disse...

vai ver foram bons. confesso que foram mais que bons. foram mais que abraços, também.

seria o abraço um início? digo, o começo do permanente?


*:

Filipe D. disse...

Muito bom. É como se viesse de um súbito essa idéia de sair, ou mesmo como se fosse já há muito calculada, mas em ambos, a curiosidade de saber como seria se fosse de outro jeito diferente, a vida com outras razões.Legal.

Unknown disse...

Muito bom, muito bom mesmo...
continue escrevendo, pois foi uma otima leitura que eu fiz agora vendo o que você escreveu!.
Penso como penso, penso em você a cada momento,como o momento em que vivemos juntos, junto com você e com o mundo, mundo esse tão solitario sem a presença das palavras de conforto. Dotada apenas das boas pessoas de boa fé que nesse pensar, pensam, e passam a viver juntas, e a transformar o mundo em um conforto, com a obra feita com arte que se trata e se arrasta, transbordando de emoção da " vicissitude " de transformar palavras em vida e arte. Pois de pensar nisso tudo me descubro sem você e sem o mundo, e sem as pessoas de fé que andam contigo transformando, o mundo, das palavras... William Souza

Lorenzo Tozzi Evola disse...

veja bem: o tato é incrível, ao pé da letra.

aliás, não veja nada. sinta! sentir é genial, essa coisa de orelha e nuca e tal. é como se a visão fosse para as distâncias, para a aproximação. feito isso, ela se recolhe e deixa o resto com o resto do corpo.

gosto de saber que você sabe bem das sua relação com os textos. não me deixa pensar que falo sozinho.

Lorenzo Tozzi Evola disse...

talvez seja por sua própria felicidade que a flor reproduza o mesmo sorriso que eu quando me vê.